quinta-feira, 14 de julho de 2011

QUAL É O SEU NOME? INÊS

O nome Inês provém do grego hagné, forma feminina do adjetivo hagnós, hagnê, hagnón, que significa casto, puro, santo, limpo, sem mancha, incontaminado.
Na passagem para o Latim, perdeu a aspiração. O acrescento do s provirá da contaminação com a palavra latina agnus, cordeiro, muito empregada na expressão de caráter religioso AGNUS DEI, cordeiro de Deus.
Na evolução do nome latino para a forma atual portuguesa terá havido, segundo um estudioso, vocalização do g em i, assimilação incompleta do a, resultando em ei, posterior monotongação do ei em i.
Em várias línguas se manifesta a forma etimológica: em Alemão e Inglês: Agnes; Italiano: Agnese; Polaco: Agnieszka; Checo: Anežka; lituano: Agnė; Russo: Agniya; Grego (a língua de origem…) Αγνή (Agnê).
No calendário religioso, figuram quatro santas de nome Inês: Santa Inês, festejada em 21 de janeiro, mártir pela Fé, cerca do ano 304; é protetora das donzelas virgens e dos jardineiros.
Santa Inês de Assis
Santa Inês de Assis, festejada em 19 de novembro, falecida em 1253 ou 1254.

Santa Inês de Montepulciano
Santa Inês de Montepulciano, também virgem, festejada em 20 de abril, falecida em 1312 com quarenta e três anos, fez muitos milagres ainda em vida (libertar um possesso, curar um cegueira e uma doença incurável, ressuscitar mortos, converter libertinos, converter água em vinho, etc.)
Santa Inês de Poitiers, é invocada contra os perigos do mar. Morreu em 588.

Beata Inês de Praga
Beata Inês de Praga, morreu em 1282. Ainda era parente de Santa Isabel da Hungria. Santa Clara de Assis escreveu-lhe várias cartas.
Outras mulheres com o nome Inês que se tornaram famosas por outros motivos:


Inês de Castro
, representada no seu túmulo em Alcobaça
Inês de Castro, amante de D. Pedro I. Este rei afirmou ter casado secretamente com ela. Quando subiu ao trono, mandou desenterrar o cadáver de D. Inês e que a corte beijasse a mão da defunta.

Agnès Sorel
A juventude e beleza de Agnès Sorel fizeram-na se notada pelo rei de França, Carlos VII, o pequeno rei de Bourges, o delfim sem beleza, pouco inteligente e sem fortuna.
Tinha o estatuto de favorita oficial. Carlos VII teve outras amantes, mas nenhuma com a importância de Agnès Sorel. Tornou-se notada pela sua arte de viver e pelas suas extravagâncias. Inventou os decotes de ombros nus. Em 1444, o rei ofereceu-lhe mil e seiscentos écus juntamente com o primeiro diamante cortado que se conhece.
Agnès Sorel era também uma mulher intrigante e hábil. Impôs os seus amigos ao rei e ficou a ser favorecida pelos conselheiros da Coroa.
A primeira amante oficial de um rei de França morreu com 28 anos de idade no dia 9 de Fevereiro de 1450.

Agnès Varda
Agnès Varda (Bruxelas, 30 de maio de 1928) é uma cineasta e argumentista belga, radicada na França.
Desde 1955 até 2008 dirigiu cerca de cinquenta filmes.

Inês Pedrosa
Inês Margarida Pereira Pedrosa (Coimbra, Nova, 15 de Agosto de 1962) é uma jornalista e escritora portuguesa.
É autora dos livros;  Mais Ninguém Tem (história infantil),  A Instrução dos Amantes,  Nas tuas Mãos,  Fazes-me Falta,  A Menina que Roubava Gargalhadas,  Fica Comigo Esta Noite (Contos),  Carta a uma Amiga, com Maria Irene Crespo, Do Grande e do Pequeno Amor, com Jorge Colombo,  A Eternidade e o Desejo,  Os Íntimos.

Inês de Medeiros
Inês de Saint-Maurice de Esteves de Medeiros Victorino d'Almeida (Viena, 15 de Abril de 1968) atriz portuguesa.
Entrou nos filmes: A Culpa (1981), filme realizado e produzido pelo seu pai;  Sem Sombra de Pecado, Os Cornos de Cronos,  O Desejado; Tempos Difíceis; Aqui na Terra; Três Palmeiras; Uma Pedra No Bolso; Onde Bate o Sol;  O Sangue; Casa de Lava; Ossos; Zéfiro;
Foi deputada à Assembleia da República, eleita pelo Partido Socialista no Círculo de Lisboa.

Inês Teotónio Pereira
Inês Teotónio Pereira nasceu em Lisboa em 1971, é a oitava filha de nove irmãos e é mãe de cinco filhos. Jornalista, escritora – A um metro do chão -, deputada pelo C. D. S.
(Assinalo, com muito gosto, que para a elaboração deste texto recorri muito a obras escritas, em suporte papel).
                                               Magalhães dos Santos
                                                  12 de julho de 2011

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Explicação

Esta coisa de blogar tem um (bom) bocado que se lhe diga...

Estou a tentar aprender mas... vai demorar um pedaço....

Não tenho pressa...

Façam o mesmo, está bem?...

QUAL É O SEU NOME? MARIA

Iniciamos esta nova rubrica “dizendo coisas” acerca do nome próprio mais frequente em Portugal.

Esse nome é Maria.

Há, hoje, tantas Marias como Josés e Manuéis juntos, os dois nomes que se seguem na lista dos nomes mais  “postos” no nosso País.

De há uns trinta/quarenta anos para cá que o uso deste nome está a diminuir. (Segundo estudo sobre a onomasiologia de um concelho do Norte de Portugal (São João da Madeira), em 1932 noventa e uma meninas receberam este nome; vinte anos depois, foram oitenta; em 1972 – vinte e quatro; em 1992 – apenas duas).

Acredito que a diminuição do número de Marias corresponda ao  decréscimo de religiosidade que em todo o mundo cristão se verifica já há bastantes anos. Também na Alemanha se regista essa diminuição.

 Nos anos 70/80, raro seria que uma menina, uma rapariga, uma mulher não se chamasse Maria.  Ou Maria Tal ou Tal Maria.

Daí a quadra que antigamente exprimia uma verdade que hoje já não é… tão verdadeira:

A rosa, para ser  rosa, / Há de ser de Alexandria. / A mulher, pra ser mulher, / Tem de se chamar Maria.

Noutras expressões correntes se nota a presença deste nome: “”Há mais Marias na terra”, “Maria vai com as outras”,etc. (E ainda lembro os provérbios: De dia em dia, casarás Maria, Bem prega Maria em casa vazia, A acha sai à racha e a Maria à sua mãe)

Maria, Mãe de Jesus

A grande razão para esta popularidade do nome e sua aplicação a tão grande número de cachopas – que já foi muito maior, repito-o – é o facto de ser o nome da Mãe de Jesus.

Vem-nos do Latim, com a mesma grafia, que o recebeu do grego María. Este proveio do hebraico Miriam, “com muitas interpretações, com numerosas hipóteses etimológicas”. Há quem faça aproximações à palavra mar, o que poderá levar a conclusões poéticas mas que não tem fundamento científico, etimológico. Leio que em Hebraico significa "contumácia" ou "rebelião"; a origem é incerta”. Mas também encontro que é “formado sobre o adjectivo maryam, equivalente a “altura, eminência, excelsitude” Significa “excelsa, eminente”. Como se vê – ou se ouve… - as opiniões divergem bastante. A etimologia – como também, e bem se sente…, a economia - não é uma ciência exata…

Algumas Marias que ficaram na História:

A irmã  de Moisés e Aarão, que se daria a práticas de Alquimia. A ela se deveria o nome do banho-maria, “modo de aquecer, derreter, cozinhar ou evaporar qualquer substância, em que a vasilha ou panela que contém a substância é colocada dentro de outro recipiente com água fervente ou quente”.

Das duas irmãs de Lázaro, uma era Marta, outra Maria.

A mãe de S. Tiago Menor, de S. Judas Tadeu e de S. Simão Cananeu era Maria. Foi uma das três mulheres – e três Marias – presentes na crucifixão de Jesus.

















Infanta D. Maria

A irmã de D. Manuel I, a infanta D. Maria, era uma intelectual de valor.
À rainha Maria I , de Inglaterra, foi dado o triste cognome de Sanguinária.





Bloody Mary           




Bloody Mary em perspetiva menos simpática




Um  Bloody Mary mais agradável
                            
Em Inglês Bloody  Mary, que é  hoje o nome de um coquetel composto de vodca e sumo de tomate.



Maria de Medeiros

Maria de Medeiros é atriz, realizadora e cantora portuguesa. É filha do maestro e compositor António Vitorino de Almeida e irmã de Inês de Medeiros. Fará quarenta e cinco anos em Agosto.

Mary Quant é a estilista britânica que, 1969, criou a mini-saia.

Mary Shelley, inglesa, escreveu, com 21 anos, em 1879, Frankenstein.




Mary Poppins (Julie Andrews)

Mary Poppins é o título de um filme protagonizado por Julie Andrews, representando uma feiticeira muito simpática e senhora de poderes extraordinários.

A rainha D. Maria II, filha de D. Pedro IV, chamava-se, de seu nome completo, Maria da Glória Joana Carlota Leopoldina da Cruz Francisca Xavier de Paula Isidora Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga.

Como se pode imaginar, muitas mais Marias poderiam ser citadas. Porque, relembro-o, “há mais Marias na terra”.

Magalhães dos Santos
Se os Leitores estiverem interessados em “saber coisas" a respeito de algum nome ou apelido – o seu ou o de amigos ou conhecidos – poderão escrever nesse sentido para

QUAL É O SEU NOME?...

Desde fevereiro do corrente ano, comecei a colaborar, na Rádio Voz do Caima, sedeada em Vale de Cambra, com uma rubrica semanal intitulada QUAL É O SEU NOME?...

Nela teço considerações várias sobre alguns dos nomes mais comuns entre os portugueses: etimologia do nome, frequência dele em Portugal, portuguesas(es) ou estrangeiras(os) mais ilustres ou conhecidos que os usaram, outras informações que me pareçam de interesse, principalmente para os portadores.

Pareceu-me que tal rubrica poderia agradar – minimamente que fosse – a alguns dos frequentadores deste blogue.

Vou, portanto, publicar alguns dos textos já radiofonicamente publicados, embora com algumas modificações, como seja, por exemplo, a inclusão de imagens, coisa que – está à vista… - não tem cabimento num programa de Rádio.

O primeiro nome – MARIA – vai já a seguir…

DAR UM PASSO MAIOR DO QUE A PERNA

A propósito da vinda dos senhores do Capital que vêm  "ajudar" Portugal, tenho (temos) ouvido com bastante frequência dizer que o nosso Povo (a que pertenço) vive acima das suas possibilidades. Segundo uma frase bastante expressiva, esquece-se de que “não se deve dar um passo maior do que a perna".

Reavaliando prudentemente a minha vida, melhor: o meu modo de viver, não me parece que deva censurar-me por exageros desses. Não me meto em altas cavalarias; tento chegar ao fim do mês sem ter gastado a minha pensãozinha toda; se sonho com viajatas no país ou para o estrangeiro, por aí me quedo, não dou corpo aos sonhos; não sou menino de luxar, de gostar de roupas de marca e no último grito da tirânica Moda, de que não sou, de modo nenhum nem seguidor nem escravo; bem gostaria de ter uma segunda residência, no campo ou – de preferência – em localidade à beira-mar, mas as patacas chegam para sustentar uma casa e não sobram para voos mais altos; carros de marca nunca foram a minha paixão nem abissal obsessão, não me tiram o sono nem me causam pesadelos; os meus entretenimentos e passatempos são baratinhos, nem golfes nem ténis; não tenho amigos nem amigas no jet-set nem noutro número qualquer, mais elevado ou mais rasteireco, pelo que não tenho sequer tentações de alinhar em festas ou festins sardanapalescos, que custam os olhos da cara; a segunda classe nos comboios ou a classe turística se tenho de me deslocar de avião servem-me perfeitamente, como dispenso muito bem os requintes dos hotéis de cinco estrelas. Nem me sinto bem nesses ambientes.

Não, não me vejo a esticar a perna para dar um passo maior do que ela mede.

A famigerada – mas bem presente e já bem mais do que ameaçadora – CRISE não se deve a mim, não sou réu desse crime – embora deva confessar que por vezes sou levado a comprar certas inutilidades só porque… são baratas. Vou ver se me curo desse pecado.

E olho à minha volta, analiso o que sei da vida dos meus Amigos e… não os vejo a cometerem o negro pecado do esbanjamento. Não sei de que se endividem para satisfazerem gostos requintados; para se meterem em viagens e viajatas; para comprarem carrões que dão duzentos e cinquenta ou trezentos à hora; para comprarem segunda ou terceira residência, iates ou outros barcos de recreio. Não me consta que alinhem em espampanâncias de gosto duvidoso.

Não, também aos meus mais chegados Amigos não os vejo na tal perigosa e dispendiosa ginástica de todos se esticarem para gastarem mais do que podem. Gente sensata, gente séria.

Poderemos adjetivar do mesmo modo muita gente que vemos a vender cabritos sem ter as respetivas cabras?

Poderemos qualificar do mesmo modo o Governo e – pior ainda! – o Estado?

Ao que sabemos – vamos sabendo, também para isso serve a correspondência eletrónica e a INTERNET -, há organismos públicos que gastam… desabaladamente ou desalmadamente, irracionalmente! Gastam o que têm e o que não têm. Fazem em nós abundantes colheitas de sangue e despejam-no na areia, onde não fertiliza, de onde nada vamos colher. Vamos nós ficando mirrados, chupados das carochas e uns quantos desses fistores, desses malfeitores, gatunos, larápios… criminosos, pronto! Regalam-se numa vida ostensiva, tanto mais escandalosa e condenável quanto é certo que contrasta repugnantemente com a miséria em que vive uma tão grossa fatia do nosso Povo. Nem discretos sabem ser, os peçonhentos animais! Mas, pensando pela cabeça deles: que gozo daria ter essas riquezas todas, gozar todos esses exageros, se não se pudesse afrontar os pobres, os tristes remediados, os que… não dão um passo maior do que a perna? Como dizia ironicamente certo autor francês cujo nome não recordo (Jules Renard?): Não interessa ser feliz. É preciso que os outros não o sejam!

Novamente digo que não são só os regimes que estão em causa, não basta reformulá-los ou regenerá-los. É o modelo de Sociedade que está em causa, são as prioridades que é preciso redefinir, são os valores, os princípios que é preciso ou restaurar ou instaurar.

Há palavras que têm de deixar de ser apenas sons ou garatujas ou letras impressas. Ocorrem-me DIGNIDADE e SOLIDARIEDADE. São abstrações a que é preciso dar corpo.

Quem estiver escandalizado que transforme a sua revolta em ação!

                                                        Magalhães dos Santos
                                                          
(21 de abril de 2011 - Como se vê, o artigo já está um pouco "datado"... Mas, no essencial, está "vivo")

Cá estou!

Finalmente, depois de andar a "navegar" - e até com outro título: DIGO EU... NÃO SEI... -, a tirar água sem caneco, vou ver se sempre é desta que começo a conviver com todos Vossências!

Esta é a primeira mensagem.

Digam cousas!